ECOTURISMO: O CRESCENTE PRAZER QUE SUSTÉM A NATUREZA

Oriundo dos anos 80 o “ecoturismo” continua em alta procura e tem um crescimento relevante gerando bilhões de dólares anuaís, sendo o hemisfério sul recebedor do maior número de ecoturistas.

Foi a partir da crescente procura por viagens ligadas a natureza que criaram o ecoturismo, tipo de turismo que nem sempre foi bem definido, o que logo causou, outrora, várias tentativas de revisão de literatura. Desde sua criação, na década de 80, o ecoturismo vem ano a ano, tendo os maiores índices internacionais, o que mostra que os ambientes naturais estão em alta a um bom tempo. Segundo a OMT, enquanto o turismo crescer 7,5% ao ano, taxa de crescimento que supera a do PIB mundial, o ecoturismo crescer mais de 20%.

Na década de 90, apontado dados expostos por CASTILHO e HERRSCHER (1997), o ecoturismo gerava bilhões de dólares todos os anos e o seu crescimento era entre 10 e 15% anuais, só no ano de 1990 ecoturistas gastaram US$ 220 bilhões. Devido às riquezas naturais e culturais indígenas o hemisfério sul sempre teve maior procura, sendo nesta época 6% a.a., vencendo os países desenvolvidos que tinham apenas 3,5% a.a., crescimento continuo nos dias atuais.

Junto à grande procura desse importante segmento do mercado turístico, surgiu a preocupação com a questão ambiental, chamando a atenção de organizações relacionadas ao ecoturismo. No intuito de avaliar o comprometimento das operadoras turísticas, relativo à preservação do meio-ambiente, foram apresentados os códigos de ética de algumas dessas organizações, acompanhados pela idéia do “selo verde”, que serve para qualificar o turismo que está ligado à natureza. Isso faz com que consumidores conscientes identifiquem quem colabora com o meio ambiente.

Em 2002, a WWF sugeriu estabelecer "padrões de sustentabilidade" para o ecoturismo, que passaria a se chamar “turismo sustentável”. O objetivo era controlar a atividade e banir o "ecooportunismo", que não cria "consciência ecológica". Os novos padrões seriam implantados por meio do monitoramento de agências de turismo, hotéis e pousadas, que seriam auditadas a cada dez meses para avaliações ambientais e econômicas, sendo positiva a parceria com a natureza essas operadoras recebiam o selo. "É como uma certificação ISO, que checará impactos ambientais de um empreendimento", comentou o colunista Nilder Costa.

Ainda sobre o "ecooportunismo", de forma muito abusiva operadoras turísticas tem utilizado o ecoturismo como rótulo para venda de pacotes de turismo que envolva alguma paisagem natural, fugindo da idéia de uso responsável do meio-ambiente e da promoção do bem-estar dos moradores da região. Por isso as organizações têm observado de perto e implantando regras para que a prática sustentável exista de fato. Não é difícil encontramos anúncios de operadoras de turismo desvirtuando o ecoturismo.

SEGMENTAÇÃO DO MERCADO

Analisando os segmentos do mercado do turismo que envolvem a natureza, como o turismo de observação da fauna e flora, de aventura, caça, pesca e pesquisa, o ecoturismo se diferencia por ser seu praticante um crítico que deseja aprender sobre o lugar, quais os seus aspectos ambientais, culturais, históricos e seus problemas. O ecoturista é alimentado pelo desejo de colaborar com o mantimento do ecossistema.

REGULAMENTAÇÕES

NIEFER e SILVA, na obra CRITÉRIOS PARA UM ECOTURISMO AMBIENTALMENTE SAUDÁVEL (1999), exemplificam algumas tentativas de estabelecer normas de procedimentos a operadoras ecoturísticas, como também sua certificação e credenciamento das mesmas. Sendo mais abrangentes as organizações seguintes: “The Ecotourism Society” (1993), organização internacional sem fins lucrativos que tem por objetivo propagar informações sobre o ecoturismo, a mesma está comemorando 20 anos de fundação; a “Ecotourism Association of Australia” que desenvolveu em 1996 o programa de certificação de ecoturismo (NEAP); e a “Pacific Asia Travel Association” (PATA), que lançou em 1992 o código “The Green Leaf” para viagens ambientalmente responsáveis.

Com pensamentos ecologicamente saudáveis os doutores NIEFER e SILVA defendem na obra a preocupação de como o ecoturismo vem sendo tratado, ainda porque se trata do tipo de turismo que mais cresce. E se não haver uma conscientização constante perde-se o controle, o que não é bom. Eles mostram os caminhos seguros para um ecoturismo verdadeiramente sustentável, passado uma idéia considerável de preservação e cuidado do meio ambiente, através de regulamentação das atividades ecoturísticas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NIEFER, I.A.; SILVA J.C.G.L. da Critérios para um ecoturismo ambientalmente saudável. Cadernos da Biodiversidade, Curitiba, v.2, n.1, jun. 1999. P.53-61.

THE INTERNATIONAL ECOTURISM SOCIETY. Membership with TIES. Apresenta texto informativo dos 20 anos do ecoturismo. Washington, DC USA (2009). Disponível em: <http://www.ecotourism.org/site/c.orLQKXPCLmF/b.4835323/k.EC21/Become_a_Member __The_International_Ecotourism_ Society.htm>. Acesso em: 06/nov/2010.

COSTA, NILDER. WWF quer criar ‘selo verde’ para ecoturismo. SITE Alerta Em Rede. Contém texto sobre ecoturismo. Brasil (2002). Disponível em: <http://www.alerta.inf.br/geral/817.html>. Acesso em: 06/nov/2010.